Como escolher o curso de formação em Yoga ideal

Um curso de formação em Yoga tem como objetivo preparar o aluno desde os fundamentos mais básicos até técnicas de ensino e práticas avançadas. Por isso, é essencial avaliar bem a escola e o treinamento que deseja realizar, pois, além de ser um investimento significativo, é provável que você precise seguir estudando com essa mesma escola até concluir todos os níveis, caso haja continuidade na formação.

Se o seu objetivo é aprofundar conhecimentos ou seguir a carreira como professor, leve em consideração alguns fatores importantes. A seguir, compartilho dicas que podem fazer diferença nesse processo de escolha.

A primeira pergunta

Antes de qualquer decisão, pergunte a si mesmo: o que eu quero aprender?

Fazer curso após curso apenas para acumular certificados que não se aplicam à sua prática ou ao seu trabalho como professor não é apenas desperdício de tempo, dinheiro e energia, mas também o afasta do seu propósito real.

Se quer aprender mais sobre alinhamento e ajustes, procure uma escola especializada nisso.

Se seu foco é Yoga Terapia, escolha programas com abordagem terapêutica.

Se você gosta de Ayurveda, verifique se o conteúdo está incluído na grade.

Um bom curso de formação deve levar o aluno ao próximo nível, revisando e aprofundando suas habilidades e conhecimentos de Yoga de forma consistente.

Pontos essenciais para escolher a escola certa

1. Metodologia de Ensino

Professores iniciantes geralmente precisam ganhar confiança na preparação de aulas, saber incorporar o máximo possível de elementos (angas) da prática e aprender a sequenciar de forma inteligente. Também precisam de inspiração, apoio e clareza para criar programas especiais, explorar temas e adaptar sequências conforme necessário.

A primeira formação fornece a base, mas costuma ser limitada ao estilo e à tradição vivida no curso inicial (como o de 200 horas). A partir daí, especializações ampliam o repertório, trazendo novas ideias de sequenciamento, abordagens para grupos específicos e aprofundamento técnico.

Um bom curso deve desenvolver habilidades práticas e teóricas que permitam ao aluno se tornar um professor mais completo e seguro.

2. Anatomia

No curso de 200 horas, normalmente são oferecidas de 10 a 20 horas de anatomia e fisiologia. Já um curso de 500 horas permite mergulhar profundamente no estudo do corpo humano e da mente.

É essencial escolher bem o professor e entender a abordagem do programa. Um bom curso deve ensinar benefícios e contraindicações de asanas, pranayamas, mudras, bandhas e como adaptá-los para diferentes públicos, como gestantes ou pessoas em reabilitação.

3. Prática Didática

Teoria é importante, mas é na prática que o professor se desenvolve de verdade. Procure programas que ofereçam muitas horas de ensino supervisionado por professores experientes.

Somente praticando para outros, recebendo feedback honesto e ajustando seu trabalho, é possível crescer como professor e ganhar confiança no ensino.

4. Visão da Escola e Valores Yóguicos

A filosofia da escola deve estar alinhada com a sua visão sobre Yoga e ensino. Há escolas renomadas pela parte técnica, mas que falham na forma como tratam seus alunos, seja com salas superlotadas, professores ausentes ou ambientes competitivos e hostis.

Evite lugares que reduzem o Yoga a pura execução de posturas ou que utilizam a prática para impor crenças e dogmas. Lembre-se: o Yoga vai muito além de exercícios físicos ou de exibições em redes sociais.

O professor ideal é aquele que inspira, orienta e oferece segurança para o aprendizado. Ele não busca torná-lo o “melhor” segundo um padrão externo, mas ajudá-lo a evoluir de forma consistente e individual.

Conclusão

Escolher o curso certo é mais do que buscar um certificado, é decidir com quem você quer caminhar nessa jornada. Um bom professor é um líder que inspira pela prática, pelo conhecimento e pelo exemplo, e uma boa escola é aquela que prepara você para ensinar com segurança, clareza e coração.

Se a escola ou o professor já começam a dar sinais de que precisam criticar outros professores ou outras escolas para se promover, esse é um alerta importante. Quem está verdadeiramente seguro do seu trabalho não precisa diminuir o trabalho alheio para se destacar. No Yoga, assim como na vida, não há espaço saudável para alimentar comparações tóxicas ou rivalidades.

Uma boa escola é aquela que fala mais sobre o que oferece do que sobre o que falta nos outros. É aquela que respeita a diversidade de caminhos e reconhece que o Yoga é vasto demais para caber em um único método ou abordagem.

Se o ambiente que você escolher cultivar acolhimento, respeito e incentivo ao crescimento, é sinal de que você está no lugar certo. Afinal, a forma como somos ensinados molda a forma como ensinaremos, e aprender num espaço de respeito é o primeiro passo para se tornar um professor que também inspira respeito.

Sarva Mangalam

Edson Ramos

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